Da necessidade da construção de um CDA em Fernão Ferro


Vai sendo usual (e não me agrada) justificar algumas opções que são políticas como opções técnicas – ora… prioritizar investimentos, atribuindo (ou não) verbas a cada opção em determinado momento é uma opção política.

No Seixal com a CDU ininterruptamente no poder na autarquia desde que estas eleições se realizam após o 25 de Abril, a inexistência de algumas obras necessárias, porque ligadas a serviços básicos, denotam exatamente más opções políticas durante anos.

Pegando num caso de exemplo vou referir o óbvio: assegurar que a população do concelho do Seixal tem acesso a um serviço de água canalizada, longe de ser um exigência extraordinária é (ou deveria ser) uma preocupação básica. 

As queixas da população, e o próprio relato de eleitos autárquicos, residentes na freguesia testemunham que há horas do dia sem água, e que estes episódios não são excepção, repetindo-se diariamente. 
A solução para este caso? Simples: a construção, já há muito reinvindicada, de um Centro de Distribuição de Água em Alta Pressão (CDA) em Fernão Ferro - obra para a qual em 2008 se chegou a fazer um empréstimo bancário... CDA é que ainda não existe.


O PS está e estará sempre ao lado da população, assumindo as suas lutas e as suas reinvindicações, e por isso mesmo chamava a sua atenção para a moção apresentada na 3ª SO de 2015:
  
É de referir que esta moção foi chumbada com:

  • votos contra dos eleitos da CDU (presidente representante do presidente da Junta de Freguesia de Fernão Ferro incluído - é de notar que o presidente da Junta, ou seu representante, tem direito a voto na Assembleia Municipal exatamente dada a  inerência pela presidência da junta); 
  • votos a favor os eleitos de PS, PSD, CDS e BE  

São opções políticas...

Derrotas pírricas...


É muito usual no nosso dia-a-dia o uso da expressão “vitória pírrica (click)”, mas este texto tem a ver com outra que decidi usar hoje – “derrota pírrica”, uma derrota que não só tem um custo elevado, como não é de todo uma vitória mas exatamente isso: uma derrota.

Começaria por dizer que não me revejo na forma menos simpática como quer o nosso 1º ministro quer o nosso presidente da república se referiram à Grécia. A forma como a cultura e a história do povo grego influenciaram as de toda a humanidade é motivo da maior admiração; contudo, o que o povo grego quer é do mais óbvio e simples possível: quer viver tão bem quanto possível – não o queremos nós também?

É impossível determinar com precisão o que pensam no mesmo momento milhões de pessoas, ainda assim, o que conhecemos da resposta das populações aos fenómenos mediáticos, induzem-nos a pensar  que ao apontar um cenário idílico (e utópico) com um discurso atraente e apelativo o Syriza conseguiu “pintar” as opções de outra forma aos olhos dos gregos – a pergunta impõe-se: vemos a realidade, ou vemos o que queremos ver?
Pessoalmente? Bem…
“não sei por onde vou, mas sei que não vou por aí…”

No passado recente a visão do Syriza venceu... já se vêm os resultados?

Viver melhor é isso?

Bem, porque é impossível não olhar e pensar na nossa realidade, António Costa, que espero ser o próximo 1º ministro de Portugal, veio fazer claramente a distinção de opções, referindo a situação grega como:

    
A afirmação de uma esquerda com preocupações sociais, mas suficientemente responsável para não cair em situações como a atual na Grécia, é aliás um dos maiores marcos da história do PS.

E penso que ninguém duvida que há diferenças se, citando novamente António Costa:
"em vez de sentar o Dr. Pedro Passos Coelho, se sentar o líder do PS e defender em Bruxelas uma política diferente daquela política que a direita defende".


Aproveitava para lembrar as palavras (e o apelo) do presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker relativamente à situação na Grécia:
"Não é por ter medo da morte que temos de cometer suicídio"

Também para os gregos há saídas; também para os gregos há abertura para negociar.